Pacientes em tratamento de transplante e hemodiálise na região de Campinas relatam a falta de medicamentos de alto custo na Farmácia de Medicamentos Especializados do estado há cerca de quatro meses. Sem previsão de normalização do abastecimento, alguns usuários afirmam que têm reduzido as doses prescritas para tentar dar continuidade ao tratamento.
Segundo apuração da EPTV, estão em falta remédios utilizados no controle de complicações da doença renal crônica, como eritropoetina, sevelamer, paracalcitol, calcitriol, cinacalcete e sacarato de ferro.
O paciente Christian Deutsch, que faz quatro sessões de hemodiálise por semana em Campinas, conta que precisou racionar a medicação por falta de acesso regular aos remédios. Ele explica que os efeitos nem sempre são imediatos, mas se tornam graves ao longo do tempo.
“A gente reduz a dose e os exames começam a mostrar resultados ruins. Não é algo de curtíssimo prazo, mas acontece. O doente renal, na maioria das vezes, não morre pelo rim, morre do coração. Então tudo que envolve a questão cardíaca precisa de tratamento adequado. Eu me sinto impotente e, ao mesmo tempo, revoltado”, afirma.
A médica nefrologista Alessia Mambrini, que atua em uma clínica particular de Campinas, diz que cerca de 160 pacientes atendidos no local enfrentam o mesmo problema. Segundo ela, o racionamento virou alternativa diante da escassez.
“São pacientes que ficam com risco maior de hospitalização e com risco cardiovascular mais elevado. Em alguns casos, precisam receber transfusão de sangue porque falta um medicamento essencial para corrigir a anemia”, explica.
A médica relata ainda que, nos últimos meses, a equipe precisou fracionar os medicamentos disponíveis para tentar atender o maior número possível de pessoas.
O que diz o governo
Em nota, a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica do Estado de São Paulo informou que os medicamentos Alfaepoetina 4.000 UI, Cloridrato de Sevelâmer, Paricalcitol, Calcitriol, Cinacalcete 30 mg e Sacarato de Ferro foram entregues à Farmácia de Medicamentos Especializados de Campinas na última semana.
Sobre a Alfaepoetina 10.000 UI, o órgão informou que o produto segue em processo de distribuição.
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