O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, marcou para esta quinta-feira (18), a partir das 15h, a retomada da 5ª reunião extraordinária do Consu (Conselho Universitário), que vai discutir e votar a proposta de autarquização da área da saúde da universidade. A reunião será realizada de forma remota, após ter sido interrompida duas vezes por protestos na terça-feira (16).
Na pauta está a votação da submissão, ao governo do Estado de São Paulo, do projeto que propõe a criação de uma autarquia para a área da saúde, que inclui estruturas como o HC (Hospital de Clínicas) e o Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), além da proposta de expansão acadêmica da universidade.
A sessão teve início na manhã de terça-feira, mas foi suspensa cerca de uma hora e meia depois, quando manifestantes, entre estudantes, representantes do STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) e integrantes de movimentos sociais, entraram na sala onde ocorria a reunião. No período da tarde, o encontro chegou a ser retomado, mas acabou interrompido novamente após uma nova invasão.
Segundo o reitor, a decisão de dar continuidade à votação busca preservar o funcionamento institucional da universidade.
“Decidimos retomar a reunião como uma forma de preservar a institucionalidade da Universidade”, afirmou Montagner. “E para que essa institucionalidade seja mantida, é necessário que retomemos essa reunião.”
O reitor também explicou a escolha pelo formato on-line, citando questões de segurança.
“Diante das condições dadas, quando as salas foram invadidas por duas vezes, fomos obrigados a fazer uma reunião remota, até mesmo para garantir a segurança das pessoas”, disse.
A proposta de autarquização tem gerado forte reação entre servidores e estudantes. De acordo com o STU, parte dos trabalhadores da área da saúde está paralisada desde o início da semana em protesto contra a medida.
Unicamp: entenda a proposta da autarquização da saúde
O projeto de autarquização, que visa transformar a área de saúde da Unicamp em uma autarquia vinculada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, foi anunciado em setembro. A mudança prevê a separação da gestão da saúde, atualmente integrada à estrutura administrativa da universidade, em um novo ente, o Hospital das Clínicas da Unicamp (HC-Unicamp).
De acordo com a Reitoria da Unicamp, a autarquização resultaria em uma reestruturação administrativa e financeira, com a criação da autarquia entre 2026 e 2027, e expansão do projeto entre 2027 e 2036. No entanto, para o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, a autarquização significa a perda de controle administrativo e financeiro sobre o complexo de saúde da universidade, o que pode prejudicar a qualidade do atendimento e gerar insegurança sobre a manutenção de empregos na área.
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