O presidente Lula recebeu jornalistas no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (18), num café da manhã e respondeu a perguntas da imprensa. Estavam presentes os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; das Relações Exteriores, Mauro Vieira; e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Com relação ao PL da Dosimetria, projeto que prevê a redução de penas para envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, o presidente deixou claro que vetará o projeto. Nesta quarta-feira, o PL da dosimetria foi aprovado pelo Senado com 48 votos favoráveis e 25 contrários e, agora, segue para sanção presidencial.
“Ao chegar na minha mesa, eu vetarei, porque primeiro vamos terminar esse processo. Nós ainda não descobrimos os financiadores e eu acho que nós precisamos levar muito a sério o que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023 e tem gente que quer que a gente esqueça, mas a gente não pode esquecer porque essa democracia esquecer da importância que ela tem para uma nação a gente termina perdendo jogo.”
Lula respondeu perguntas sobre a fraude do INSS e defendeu que todos os envolvidos no esquema de descontos ilegais de aposentados e pensionistas sejam investigados, inclusive seus familiares. O nome do filho do presidente, Fábio Luís Lula da Silva, foi citado em depoimento de testemunha ligada ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.
“É importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas que estão envolvidas. Todas as pessoas. Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado.
O presidente também falou sobre a tentativa de acordo entre Mercosul e União Europeia, comentou a escalada de tensões entre Venezuela e Estados Unidos e afirmou que é possível negociar sem guerra. Lula disse ainda que deve conversar com o presidente Donald Trump antes do Natal para saber de que forma o Brasil pode contribuir para que haja acordo e não guerra.
Questionado sobre a crise dos Correios, que vem enfrentando dificuldades financeiras e que teve um novo presidente nomeado em setembro, Lula declarou que o país não pode ter empresa pública dando prejuízo, mas a privatização está fora de cogitação.
“Nós vamos tomar as medidas que tiver que tomar, mudar todos os cargos que tiver que mudar e a pessoa que está lá vai indicar as pessoas que tiverem competência para girar os Correios. Então tudo isso está num bolo de discussão que nós estamos fazendo para entregar os Correios sarado, totalmente de pé. Enquanto eu estiver na presidência, a palavra privatização dessas empresas não vai existir. Pode existir parceria, pode transformar a empresa em economia mista, mas privatização não vai ter”.
Sobre a redução da jornada de trabalho, o presidente disse que o Brasil e a economia estão preparados para o fim da jornada 6 por 1.
“Já pedi para os dirigentes sindicais: vão para a porta da fábrica, faça a proposta e traga para mim a proposta, porque quando eu tiver a proposta, eu mandarei para o Congresso Nacional. Eu acho que o comércio está preparado, a indústria está preparada e os avanços tecnológicos permitem que a gente faça a redução da jornada de trabalho.”
Lula também comentou sobre as eleições do ano que vem, e disse que 18 ministros devem deixar suas pastas para concorrer a cargos nas próximas eleições, e que ainda deve conversar com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as intenções deles com relação a possíveis candidaturas.




